março 06, 2008

.Cura pro Mundo.

Mais Uma Pseudo-Analise...

Almas Passantes
(de Ilana Feldman e Cleber Eduardo.)

Bula:
*João Do Rio:
Cronista carioca do início do século XX.
*Charles Baudelaire:
Poeta francês de meados do século XIX.

O Curta nos apresenta a situação:
'Charles Baudelaire' e 'João do Rio' estão no Rio de Janeiro...
Não, Não senhor, no Rio de Janeiro de Hoje!"

Interjeições à parte, procuremos entender a suposição. O francês têm dificuldades, cultura estranha, e não digo pela completa desconectividade temporal entre o personagem e o espaço (não ainda...) digo pessoas estranhas, etc.
O carioca se sente em casa, tudo é comum, digo até que vi um esforço inseguro dele, de se mostrar "de casa". Mas o estereótipo vale. o cronista é sim um entendedor do Rio e isso é inegável.

A discussão que se propõem é tão complexa quanto óbvia.
Até que ponto a Intervenção do Autor no meio é positiva?
(E como seriamos sem elas?) Tanto que em um dialogo entre os dois protagonistas (comendo num boteco!!) Baudelaire afirma a João do Rio:
"Nós transformamos o lixo em ouro!"

Com essa deixa, posso finalmente falar daquilo que mais se destaca no filme:
Os personagens vagavam pelas ruas (com os trajes oriundos de seu período histórico) à procura de tudo. E a camêra procura essas procuras, é urgente, é documentárista é primeira pessoa, é "na mão"... Procura os detalhes de tudo, expressões, transeuntes, lugares comuns...


Pra João a Arte está no que é. Mas para Baudelaire, é preciso esmerá-la mais. É então que a parte do filme que cabe as impressões do poeta francês assumem, em todo, a poesia como guia, utilizando como ferramenta o idioma dele. (Que não por acaso é mundialmente aceito como o idioma das artes, do amor, das sutilezas...)
E chega a ser hilário ouvirmos um 'Funk Carioca à Francesa', um artista de praça cantando também em francês,(...), e magicamente o clima se formou, temos arte em tudo. Desde o ordinário (comum) até o exótico.

Há ainda um plano recorrente, de Baudelaire caminhando numa calçada cheia de lixo ensacado. Mas é tão sutil que nem sei se esse plano aconteceu mesmo mais de uma vez, ou se só é recorrente pra mim... Enfim, é essa a confirmação do dialogo no bar. A cidade por si só é suja. Mas mesmo sabendo disso, João do Rio ainda a ama... E Charles Baudelaire conseguiu ver poesia nela...
Já que limpa a cidade não ficou, o que fez dela tão poética?

Arrisco dizer:
Se caminhássemos pela calçada suja do filme, 'talvez' a acharíamos repugnante...
Porém a observando pelo filtro da Arte, Lá da sala de Cinema, ela me pareceu simplesmente... contextual.


Augusto Só Quê e seu desfeixo completamente vago e sem sentido...
No Vox, No Sound.

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