junho 09, 2010

O fim de Uma Era

Crepúsculo dos Deuses - 1950
de Billy Wilder

a leveza e a envolvente atmosfera de uma constante grandiosidade dá a 'Sunset Blvd.' (título original) um 'eco' eterno.

O engraçado é a contradição entre o enredo do filme e o filme em sua 'vida' pós exibição.

O discurço é tão profundo quanto as imagems, 'Norma' vive no passado na epóca em que os filmes não se impunham (pense em impor no sentido de ser 'rude' ou 'mal criado' [ou até mimado] ) além das expressões humanas, ou [numa época em] que mesmo com toda mecanicidade da montagem, a falta do sentido 'fala' de algum modo, manteve 'onírica' por excêlencia a experiência cinematógrafica.

É óbvio que
Billie Wider não panfletara 'aqui' sua repudia ao cinema falado, mas de um modo onírico per si, nos maravilhara com a pós oniridade. Como quando a gente acorda notando a luz bruta e bela do sol, em antecipação ao dia de trabalho que sussede o sonho.

O personagem principal (Joe Gilis) eh por sí só a antítese do cinema mudo.

Nos revelando o próprio pensamento,

[definindo:] a constante narração (ou voicificação) das idéias (esclarecedoras) que encrementam o que se é visto (ou vivido).

De fato 'o filme' põem isso numa estante como um troféu, que não subistitui o cinema anterior mas orgulhosamente exibe o novo presente, como um filho adulto vê seu velho pai numa festa de natal...

Em contracampo o argumento da 'atriz' é sem dúvida uma verdade, o cinema talvez tenha se esquecido do silêncio ou das outras nuances informativas que `a um primeiro olhar a Voz 'sufocaria'...

Dadas as cartas, surge o grande diretor conectando o elo entre o passado e o presente, e até brincando com o 'por vir'.

O próprio Joe antendera ao desejo de se apegar aos louros do passado, e viver nos sonhos daquela 'vida de outrora', até que os agrados de uma 'vida no hoje' o capturam, e assim o dilêma se faz daí, ser ou não ser?, ou'for' ou ser?

[dilêma compartilhado por muitos bons diretores na epôca da transição Mute/Sound em todo o mundo]

Pensei eu:

"Ainda bem que o filme não é mediocre ao ponto de nos deixar apenas com um fanfarrão egoísta por heroi", não não, a obra eh bem mais densa do que uma viajem no ego do personagem, e não poderia ser diferente, não se contarmos com a 'etíca'.

O 'branco no preto' do passado e presente se confundem ao saber que a mulher nova (Betty Schaefer) é noiva de seu melhor amigo, e que está a ponto de desistir desse caminho por se apoixonar por nosso herói. Ai o clima pesa porque mesmo com a atração o rondando, ele se vê preso em dois mundos, e não sabe de todo qual escolher, a prisão dourada ou a nova namorada...

Nesse contexto o diretor vêm a tona como vêm [e talvez até mais que] os atores, na discussão entre a gailola dourada do cinema mudo, com todo seu glamour, mas com toda sua limitação e talvez a até anti-ética relação como muitos dos diretores daquela geração abraçavam a nova dádiva, uma area cinza seria talvez o melhor caminho, talvez até um novo futuro do que os tão obvios dispostos na mesa... Mas como já sabemos, nesse tipo de jornada/busca a lição aprendida é o que vale.

o personagem, controla suas cartas, vira merecidamente o heroi, por fazer o certo, e ignorar os desejos de seu coração por respeito a propria vida da amada, e sem se acomodar, parte em busca de um 3° e até mesmo 'menos interessante' destino, partindo pro leste, na direção oposta à da corrida de ouro' (deixando o cinema e indo [para a TV(?)] como jornalista para Ohio) Por decisão própria, em face a um 'mundo que seguira adiante'.

A conclusão dessa observação eu deixo por conta dos pensadores do mundo moderno, nós da geração bem posterior à ali descrita.

Fato é que os papeis do antigo cinema, cintilam como trofeis, chaplin sera sempre chaplin.
E o existir do diretor, seria subtamente 'olofotizado' em meio aos louros da boa crítica mais ou menos depois da transição mute/sound.
Wilder 'aqui' vence seu proprio jogo, e que nos digam seus personagens.

por AugustoPereira


Tô de Volta e com estilo!

Bem, devido à um mergulho profundo dentro de mim, e dos serviços que [tão gratamente] concluí como um missionário, retorno 2 anos depois à vida cívil. (e) muito mais confiante e entendente de mim mesmo e do espaço ao meu redor.

Nada será como antes, pra começar o primeiro filme que vi (desde 2008) foi em em 2010,
Tô bem enferrujado... mas ainda assim, a paixão pelo cinema não me abandonara.


Eu até já escrevi sobre esse filme num outro blog http://www.acloudmaker.blogspot.com/ que edito numa 'língua alternativa'. >'Aonde vivem os monstros' de Spike Jonze
...

hoje, eu assisti pela primeira vez um filme que me marcou pra vida e escrevo a respeito do mesmo no post seguinte.



Obrigado pela paciência,



(E áqueles que querem conversar sobre 'a viagem' que fiz, me acharam no meu e-mail.)


sejam felizes curtam o samba e não usem drogas. porque:


all6ustoPereira.
2010